terça-feira, 15 de novembro de 2011

Algumas vezes meus sentidos, sentinelas afoitas,
Jogam-se no nada, adormecem,
E sinto despregar o que é matéria, corpo tenso, dolorido.
Pensamentos antagônicos, arte de refletir-se,
Sacudo-me, esvaio, transcrevo-me em diagnósticos inaplicáveis,
Algumas vezes sou corpo, noutras durmo.
Tenro e cru, despeço-me, devoro meus vários lados,
Sou putrefação, em algum sentido oposto a tudo isso já dito.
Vou remexendo dolorosas feridas refeitas,
Rostos que não via há tempos, por espelhos entre-partidos, entreabertos, entretecidos, entristecidos, estremecidos.
Entro em um universo múltiplo. Dou de cara comigo.
Brigo, esperneio, volto ao mesmo ponto, no início do túnel, levemente dourado,
Risada irônica, ecoo dentro de mim,
Salto por egoísmos caricatos, figuras charlatânicas, fome de fogo.
Volto a vibrar com luz.
Salto, desapareço dentro de mim, retomo os sentidos.
Olho cortinas pouco vermelhas, de sangue amarelado pelo sol,
Escuto batidas de coração aflito, e rostos a me olharem.
Enfim sós, enfim muitos, enfim troncos vibrantes, em fim.

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