quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Posso dizer que entendo um pouco mais as linhas que delineiam traços esguios que tecem calmamente, momento por momento, as aparências irremediáveis que calo um tanto dentro de mim. Consigo um pouco mais de discernimento, e penso em esboçar algo alegre que meus sentidos conseguiram com destreza captar. Parecia que estavam um pouco turvos, um bocado calados, que o gosto do pão já estava um pouco desgastado. Agora posso tentar tecer instantes, pousar um pouco meus pés calejados no chão, tentar senti-los, e saber para onde querem me levar, e caso discorde, intervenho, calmo, sem alvoroço. É esse o caminho da volta, o caminho que escorre calmo por cima de couraças firmes que havia consumido cada um de meus relacionamentos. sei que ulteriormente conseguirei descrever um sorriso, uma borboleta que pousou e conseguiu escapar das garras de uma gata brincalhona, um som de trombeta de um pássaro pequeno que comia mamão e sorria... Ou ao menos refletia meu sorriso torto. Um furo, um pouco de vento, um tanto de canções que vem e vão, e algumas vezes... o SILÊNCIO. Consigo por momentos fugazes alcança-lo, momentos intensos em que me perco de mim e depois consigo entender o quanto voava acima das coisas, como uma coruja que sabe muito bem onde pousar para ter uma visão mais retilínea de momentos que tocam mas não entram. Agora entendo um pouco, um pouco de tudo, um tanto de pouca coisa que ainda as vezes me escorre pelas mãos, mas pelo menos sei entrar e sair, cautela de menos ou de mais, traço de repetição que entendo e me desfaço, aguardo, calmo, paciente, virem as vozes que me colam calando dores e suores frios, calmas em terrenos baldios.

Nenhum comentário:

Postar um comentário